sábado, 27 de setembro de 2008

DÉCIMO PRIMEIRO DIA - DIA 25/09


Hora de freiar um pouco...

Praticamente, com o diagnóstico dado pela oficina em CALAMA ontem às 18:00 hs, os planos serão mudados.

O meu pai seguirá para IQUIQUE (4 horas de CALAMA), para tentar conseguir um caminhão a fim de levar o YELLOW BIRD para SALTA, aonde ele, após o conserto, continuará sua expedição. Haja disposição!!!

Eu e a Mariana estamos programados para pegar o vôo de CALAMA – SANTIAGO – RIO DE JANEIRO na sexta feira. Portanto, infelizmente, falta pouco para o retorno.

De qualquer forma, ficamos livres durante a manhã e a tarde para aproveitarmos mais a cidade, ou melhor, o vilarejo. Estamos virando locais dali, pois já até sabemos aonde conserta-se sapatos e damos dicas aos turistas que chegam na cidade.

A noite vamos fazer o passeio astronômico. Segundo dizem, é maravilhoso, pois vamos às 20:30 hs para o meio do deserto, cercado de telescópios para observar e aprender sobre as estrelas. Não preciso nem dizer que vai estar um frio do cão, mas vamos ver JUPITER !!!

Estamos comendo melhor, quero dizer, mais barato e em maior quantidade, pois como falei, somos locais e comemos agora em lugares aonde os locais comem. Comemos a mesma coisa pagando 1/3 do valor andando 3 quadras para fora da rua central. Deveríamos ter feito isso antes.

Concluindo, gostaria de dizer que a viagem foi mais do que eu esperava. Não é uma viagem para turistas que estão acostumados a pegar um vôo, ir através de uma agência para o hotel e passeios. O negócio aqui foi punk. O meu pai me mostrou como é viajar e conhecer o lado humano da viagem. Falar com locais. Tocar no chão. Suar para chegar ao destino. Mudar de estratégia. Ou seja, enfrentar desafios.

Seria muito fácil pegar um avião, ir para CALAMA direto do RIO DE JANEIRO, ligar para uma operadora e me levar em 1:30 hs ao ATACAMA, aonde eu ficaria num hotel já estipulado via internet, apenas aguardando os passeios programados junto ao um grupo enorme de pessoas. É mais cômodo? Claro que é... mas não teria o mesmo gosto que tivemos. Fizemos uma viagem ORGÂNICA.

Agradeço muito ao meu pai pela oportunidade de fazer a melhor viagem da minha vida. Se voltaria? Não sei, preciso descansar um pouco... mas iria fácil no próximo ano para uma nova aventura no YELLOW BIRD ou quem sabe, dois em YELLOW BIRDS.

Falando em YELLOW BIRD, existe uma suspeita que foi combustível adulterado, pois o carro vinha muito perfeito na estrada e era impossível que naturalmente ele desse problemas.

Gastei menos do que eu pensei. Fiquei em bons hotéis e comi em ótimos lugares. O preço da viagem foi barato, mas o meu problema foi segurar a mão nas compras. Tinha muita coisa bonita e que eu gostaria de levar para casa. Mesmo assim, o custo da viagem saiu menos do que eu planejava.


De qualquer forma, crescemos bastante nesses dias.

Ficamos por aqui e agradecemos a todos que acompanharam o BLOG, pois tínhamos o objetivo de tentar levar com muito carinho, um pouquinho do que nós passamos.

Se querem fazer uma expedição perfeita e querem o parceiro ideal, ou melhor, um capitão, entrem em contato com o meu pai pois, com os seus 58 anos tem muito mais disposição, raça, conhecimento e planejamento que a maioria dos caras que eu conheço, vide, a pertinência para resolver o assunto do YELLOW BIRD e transformar o que parecia perdido em sucesso.

Marcus e Mariana

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

DÉCIMO DIA - DIA 24/09


Meu amor e eu no Salar do Atacama, assintindo ao pôr do sol!!!

Existe coisa mais bela???




Igreja em Toconao, povoado com apenas 500 habitantes, próximo à San Pedro do Atacama.



Flamingos de Jaime...ê nome bicha!! rsrsrsrs

Ramalho e Gloriete









Acordamos na hora que a natureza decidiu... sem pressa pois o nosso compromisso com uma nova excursão seria somente às 15:00 hs, ou seja, daria tempo de fazer muita coisa.

Não preciso nem dizer que o céu estava muito azul pois aqui isso é muito natural, tanto é que eles usam muito a cor azul em seus artesanatos e em suas jóias.

No café da manhã, coincidentemente, tomamos o “desayuno” juntamente com uma família de cariocas que haviam chegado ontem. Foi bom conversar com um brasileiro e ainda mais carioca.

Depois de trocarmos informações partimos a andar pela pequena cidade. Fizemos as ultimas compras, fomos numa Lan House para que eu pudesse falar com os meus amigos do Brasil.

Que felicidade ao falar no MSN com o pessoal do escritório. Fiquei mais tranqüilo e a saudade se tranqulizou.

Lembro que ainda não tínhamos uma resposta do carro em CALAMA. Essa resposta só seria dada as 18:00 hs e seria a base da nossa programação futura.

Enquanto a resposta não vinha, eu, Mariana, meu pai e Gloriete fomos conhecer, através de uma excursão local, o SALAR DO ATACAMA, ou melhor o ALORIENTE DEL SALAR.

No caminho para conhecer os Flamingos que vivem num deserto de sal, paramos em TOCONAO, vilarejo de 550 habitantes conforme indica a placa na entrada da cidade. Esse pequeno lugar, tem uma particularidade muito interessante.

Imagina um lugar há 10.000 anos atrás, que fica no meio do nada. Nada mesmo. Você e seu grupo, caminhando durante dias, procurando uma árvore sequer para poder ter uma sombra e nada, até que num buraco, surge um oásis gigante. É impressionante a vida dentro desse buraco. Os caras da época devem ter ficado malucos. Nessa fenda é muito fresco e tem muita água.

É uma preciosa e profunda fenda regada pelo rio de JEREZ que propicia um micro-clima muito especial, facilitando a produção de várias frutas e legumes.

Logo depois partimos para o deserto de sal para ver os flamingos e o por do sol.

Esse deserto de sal, SALAR DO ATACAMA é um deserto de sal, mas totalmente diferente das SALINAS, pois aqui o sal é mais bruto. São pontiagudos e cortam. Devemos caminhar sobre caminhos feitos pelo homem senão o prejuízo é grande.

Realmente existem muito flamingos e outras aves no local mas devido a preservação e por ser um parque ecológico você acaba ficando longe das aves. Precisei de um bom zoom na minha máquina para ver as aves. São rosas mesmo, tudo devido a sua dieta na base de artemias.

Após o lindo por do sol com a revoada de flamingos, voltamos já no escuro para SAN PEDRO.
Lá, infelizmente ficamos sabendo que o problema no carro parecia ser grave, o que levaria o meu pai a ir novamente a CALAMA no dia seguinte.

Diante disso, a programação prevista foi para o espaço. Eu e Mariana começamos a arrumar as malas e pensar numa maneira rápida, segura e barata de voltar para casa. O meu pai deve ficar mais um tempo para poder consertar o carro e depois continuar a viajem. Somos brasileiros e não desistimos nunca, porém, infelizmente eu e a Mariana precisamos retornar as nossas atividades.

A noite decidimos que iríamos de avião de CALAMA para o Rio, porém, seria um vôo cheio de escalas.

Amanhã terei que fazer as reservas do vôo e reservar o ônibus para CALAMA.

Vamo que vamo. Deixarei dessa vez a Bolívia de lado haja vista o ocorrido e mais os problemas internos do país mas, certamente voltarei pois aqui é o bicho!!!!!

Só acho que não venho mais de carro, pois de avião é mole mole chegar por essas bandas.

O meu pai já programará a viagem à USHUAIA e juntos estaremos lá, porém vamos, vamos em caravana. Vamos arrumar parceiros e fazer um comboio. Um apoiando o outro.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

NONO DIA - DIA 23/09












Após uma excelente noite de sono fui acordado pelo meu pai que, como sempre, começou o dia correndo atrás da solução.

Ele e Gloriete estavam a caminho de CALAMA buscar ajuda. Pegaram um ônibus as 9:00 hs e as 14:00 hs já estavam com um reboque em frente ao Hotel para levar o YELLOW BIRD.

O meu pai retorna a CALAMA com o reboque a fim de acompanhar os trabalhos junto ao carro, porém, ao retornar durante a noite informou que só chegou lá as 17:00 hs e não deu tempo deles avaliarem o carro, ficando certo que eles ligariam para ele no dia seguinte dizendo o que aconteceu.

Estamos torcendo. Percebo que ele está fazendo o melhor possível para contornar essa situação. Ele está indo muito bem, pois aqui, no meio do nada, conseguir o que ele conseguiu. Eu já teria jogado a toalha.

Parece que os planos vão ser mudados e não vamos mais arriscar ir a BOLIVIA, pois o bicho lá ta pegando. Devemos ir direto para SANTIAGO, ou seja, 1600 kms nos aguardam.

Conhecemos a cidade pela manhã. Adorei. Muitos gringos, jovens e bichos grilos. Os restaurantes são muito legais. Que cidade agradável.

Na parte da tarde fizemos uma excursão ao VALE DA LUA e VALE DA MORTE. Magnífico. Lembram quando eu disse que CAFAYATE – CACHI eram desertos? Esqueçam, o ATACAMA não tem nem planta. Tudo é areia e sal cristalizado. Nada vive aqui.

Tem um lugar na redondeza que há 48 anos não chove. O índice de chuvas aqui é de 4 horas ao ano. Tudo é seco. Quente pela manhã e gelado a noite.

Nada de lhamas, vicunhas ou burritos. Nem passarinho eu vi por aquelas bandas.

Nós somos pequenos diante do que eu vi e desafiar aquilo ali é burrice. Imagina o carro com problemas no meio desse nada que nós fomos. Já era.

Terminamos a tarde vendo o por do sol de cima de uma duna que faz a DAMA BRANCA de CABO FRIO parecer montinho de areia.

Amanhã tem mais passeios e há esperanças que os estragos no carro não foram tão graves. Estamos torcendo.

OITAVO DIA - DIA 22/09

Bem, começo dizendo que não pude relatar o oitavo dia, pois não tinha internet e, portanto, deixei para relatar os eventos ocorridos nesse instante.

Nem todo dia é o dia do caçador e gostaria muito de apagar o dia 22, pois nada deu certo. Os meus maiores fantasmas vieram fazer uma visita e não me deixaram tão cedo.

O dia começou com a manhã fria de SUSQUES quando perguntei ao meu pai se estava tudo bem com o carro e ele me informou que o carro não estava pegando devido ao frio que fez a noite, - 11 graus. Pois é, congelou o filtro de combustível e enquanto não descongelasse, o carro ficaria parado.

Pegamos um pano, enrolamos o filtro e despejamos muita água quente. Não é que funcionou!!! Mas algo não cheirava bem e o pior estava por vir.

Começamos a subir, subir, subir, até que o carro apagou... sem força. Você poderia notar pelo escapamento que não tinha mistura. Saía uma fumaça muito preta. Lembro que não temos muito oxigênio a 4.700 metros.

O YELLOW BIRD nos deixou na mão. Nos deixou a 4.700 metros sem oxigênio, num frio e longe de tudo. Estávamos abandonados a própria sorte.

O desespero tomou conta de todos, pois era um imprevisto que não estava nos nossos planos.

No meio do nada, com o nível de stress altíssimo é que você nota que você não é nada diante daquilo. É uma burrice achar que está seguro. Nós não estávamos preparados. Era difícil enfrentar a situação. Não estávamos no nosso habitat. O carro tinha somente água e um GPS.

Cheguei a conclusão que uma viajem desse porte deve ser feita com no mínimo dois carros muito equipados. Tentamos a sorte, mas ela passou por outra estrada.

Tudo que estava sendo maravilhoso parecia estar desabando.

Quanto mais eu olhava para a Mariana mais eu me desesperava em ver o estado dela, pois ela estava sem conseguir respirar direito, a cabeça dela estava explodindo e eu estava ali impotente diante da situação.

Estávamos passando por isso sem comida.

Eu estava fazendo muito esforço a 4.700 metros. Tira mala, bota mola, tira mala, procura ferramentas não existentes. Haja folha de coca !!!. Não adiantou muito e ainda por cima, quebrei o meu óculos de 370 dólares.

É natural haver desentendimentos numa situação dessa mas tivemos em excesso e nada parecia dar certo.

O meu pai com a sua opinião singular tentava reverter a situação. Tudo era em vão.

Alguns caminhoneiros pararam para nos rebocar ladeira acima e ladeira abaixo. Porém, não havia muito mais o que fazer. Aquele mínimo era o máximo que podíamos fazer.

Até que pararam dois carros de uma expedição de argentinos que tentaram nos auxiliar sem qualquer sucesso, apesar da boa vontade. Notei que no carro deles parecia uma nave espacial cheia de equipamentos. Telefones via satélite, GPS, radio comunicadores, ferramentas, além da experiência deles que já conheciam o local. Viajavam em dois carros.

Decidimos, como estávamos perto do SÃO PEDRO DE ATACAMA, que a Gloriete e a Mariana fossem para a aduana, na fronteira, juntamente com o grupo de argentinos, pedir ajuda e conseguir um reboque.

As horas passavam e o medo ia aumentando. Estava com medo sim. Não queria ficar longe da Mariana.

Enquanto elas foram buscar ajuda, um caminhoneiro paraguaio parou e nos prestou um enorme auxilio. Enquanto rebocava o carro ladeira abaixo me disse que é muito perigoso dormir em SUSQUES, pois lá é alto e faz muito frio. Os caminhoneiros evitam ficar muito tempo lá pois eles tem medo que o tanque do caminhão e outras partes congelem. Falou que é muito difícil obter ajuda naquela região e que nós não deveríamos ter nos arriscado sozinhos. Nós não sabíamos disso. Pelo menos eu confesso que eu não sabia disso.

Muito mais tarde, olho no horizonte e vejo uma pick-up velha subindo vindo ao nosso encontro. Era a nossa salvação.

Passamos pela fronteira rebocados. Depois de muito tempo ainda tivemos que enfrentar a burocracia da fronteira.

Eu não via mais nada. Só queria um lugar para descansar e um bom prato de comida.

O reboque nos deixou num estacionamento e fomos a pé procurar um lugar para ficar.

Muito cansados e sem energia física e emocional, caminhamos até conseguirmos um hotel.

Já no hotel o meu pai começou a agilizar um reboque para poder colocar o carro no estacionamento do hotel. Já ficou sabendo também que existe uma autorizada Nissan na cidade de CALAMA à 105 kms e se programou para ir lá pela manhã.

Foi muito triste ver o YELLOW BIRD apagado.

Depois de um bom banho e uma boa comida as forças começaram a voltar e a alegria aparecer, porém começou a pintar em mim e na Mariana uma certa incerteza de saber o que seria do amanhã.

A saudade agora fica maior.

Deus sabe o que faz. Tudo tem um propósito. Sim, aprendemos com a situação mas eu não gostaria de passar novamente por isso e não desejo isso a ninguém.

Aconselho a quem quiser um dia vir por estas bandas que se prepare mais. O máximo ainda não é suficiente. Este lugar não perdoa imperícias, imprudências, negligências e falta de informação.

Deixo de colocar fotos, pois não tive cabeça para tirá-las.

domingo, 21 de setembro de 2008

SÉTIMO DIA - DIA 21/09


VEJAM NESSE MAPA, DENTRO DOS RETANGULOS CINZAS
OS LUGARES QUE ESTIVEMOS.
É BOM PARA TER UMA IDÉIA DAS LOCALIZAÇÕES.
PERCEBAM AS ALTITUDES TAMBÉM


VICUNHA - "ALGUÉM SABE COMO SE ESCREVE??"

OUTRA VEZ NAS RUAS DE PURMAMARCA.. MAS AGORA DE MÃOS VAZIAS


DESCANSO EM PURMAMARCA

DR. JONES EM SUA EXPEDIÇÃO PELO INÓSPITO

LHAMAS SELVAGENS


CLUBE DA MISS SALINAS


ESSA ÁRVORE TEM 1000 ANOS - PURMAMARCA

MISS SALINAS


CORREDOR DO HOTEL NA ESTRADA EM SUSQUES


HOTEL EM SUSQUES



De volta a rotina...

Acordar às 6:00 hs. Frio. Sair às 7:00 hs. Frio. Carregar o carro com as malas (malão) e partir rumo a um novo destino.

Dessa vez, o nosso objetivo era SUSQUES, mas para isso, teríamos que fazer o mesmo caminho que fizemos ontem na volta de SALINAS passando por PURMAMARCA, ou seja, nada seria uma novidade até a passagem por lá. ERRADO... viajar com o meu pai e no YELLOW BIRD é diferente. Paramos em vários lugares durante o percurso que não havíamos parado. Novas fotos foram tiradas. Segurei a onda em PURMAMARCA. Só o meu pai fez compras.

Vimos muitas LHAMAS e VICUNHAS no meio da estrada. Ver uma LHAMA já está ficando normal.

Um ponto alto desse dia foi a parada antes de chegar nas SALINAS para falar com uma família gigante de locais que estavam no caminho. Várias crianças. O meu pai deu vários pirulitos e balas. As crianças ficaram muito felizes. Que energia boa. Deveria ter comprado brinquedos na URUGUAIANA para dar para essas crianças que vivem no meio do nada e parecem não ter nada. Imagina um brinquedo na mão dessas crianças? Seria mágico ver o sorriso delas.

Após o meu pai conhecer SALINAS, partimos direto para o nosso destino, porém, uma informação errada dada por uma turista americana ao meu pai em SALINAS poderia ter prejudicado todos os nossos planos.

Ela falou a pior coisa que não se deve falar numa viajem longa: “Não tem combustível mais a frente.”

O meu pai prontamente começou a traçar novas estratégias, fazer novos cálculos, chegando a sugerir até uma corrida direta para SAN PEDRO DE ATACAMA, pois segundo ele, lá encontraríamos combustível e mais opções para dormir. Só que se fizéssemos isso, chegaríamos a noite e seria arriscado demais. Ocorre que até chegar a SUSQUES não poderíamos avaliar nada, pois tudo poderia voltar a normalidade.

Bem... chegando em SUSQUES, uma cidade no meio do nada com poucos hotéis, ou melhor, 2 eu acho, começamos a pedir informações e nos indicaram exatamente um hotel na beira de estrada que o meu pai conhecia o dono pela Internet.

Chegando nesse local, 4 kms após passar a entrada sul da cidade, nos deparamos com um oásis. Tínhamos um posto de DIESEL, um HOTEL maneirasso, talvez o melhor hotel que ficamos até agora e um grande restaurante. Tudo rústico. A diária ficou em 120 pesos. Não estava acreditando. Os quartos são muito legais. Tipo de hotel que você vê em filmes.




O melhor de tudo é que chegamos as 16:00 hs e daria para eu descansar e fazer o que eu quisesse. Estava precisando disso. DEUS ouviu o meu pedido.

Mas tudo tem um preço.... fomos informados que a temperatura de ontem a noite neste local chegou a – 15 graus. Não acreditei. Outra coisa é que a altitude aqui é de mais de 3.500 metros e está difícil respirar. Qualquer simples movimento já era. Respiração ofegante. Olha que eu estou acostumado a malhar e correr 6 kms por dia.

Banho nem pensar. Estamos aqui embaixo das cobertas, agasalhados esperando a fome para poder ir comer.

O meu pai está sentido a altitude e olha que ainda vamos pegar lugares mais altos.

sábado, 20 de setembro de 2008

MAIS FOTOS - DIA 20/09


Provando o deserto de sal. Muito salgado.

Sobrevoando o deserto de sal.


Exausto depois de 10 pulos nessas piscinas.


ùltimas forças paras subir os 4.170 metros

Colorido de PUMAMARCA

SEXTO DIA - DIA 20/09







Hoje foi diferente...
O meu pai deu uma de pai e preferiu, responsavelmente, cuidar do YELLOW BIRD para enfrentar a próxima fase da viagem. Fez uma revisão geral no carro.

Enquanto ele estava em SALTA, eu e a Mariana optamos por fazer uma excursão a SANTO ANTONIO DE LOS COBRES – SALINAS – PURMAMARCA, mais ou menos 500 kms de estradas.

As 7:00 hs em ponto a operadora nos buscou na frente do hotel. Eu achei estranho pois vieram nos buscar num Doblo e não nessas vans de excursão. Só tinha eu, Mariana e o Marcelo (guia). No Doblo restaram 2 lugares que foram preenchidos logo em seguida por um casal maravilhoso de hermanos de Buenos Aires, Patrício e Eugenia. Concluindo, fomos nós 5 de Doblo para essa jornada. Foi excelente pois quanto menos pessoas mais fácil é a movimentação e as paradas são mais ágeis. O bom que eu e a Mariana treinamos o nosso portunhol. Como os nossos novos amigos são legais. O guia Marcelo é muito atencioso.

Antes de mais nada gostaria de explicar que optamos por esse passeio de carro pois o TREN DE LAS NUBES que funciona as quartas, sextas e domingos, custa 140 dólares por pessoa, saindo às 7:00 hs da manhã e chegando às 23:00 hs, parando somente duas vezes, chega só até SANTO ANTONIO DE LOS COBRES. Enquanto de carro, passando no mesmo caminho do trem, parando toda a hora que quisermos, ultrapassando SANTO ANTONIO DE LOS COBRES, passando por SALINAS e etc, custava 120 pesos por cabeça. Sei que o trem é um charme mas era muito tempo dentro dos vagões e nós queríamos aproveitar mais o tempo.

Saímos às 7:00 hs e retornamos ao hotel às 18:30 hs.

Antes de chegar a SANTO ANTONIO DE LOS COBRES, depois de várias paradas para fotos, chegamos num povoado chamado SANTA ROSA DE TASTIL, ou melhor, passamos por ele e chegamos numa parada para fazer umas compras de artesanato. Coisas muito legais. Nesse local tem um museu muito interessante. Tem uma múmia com uma historia muito singular. Algo relacionado com uma mãe que estava grávida e se suicidou por temer que o seu bebê não agüentaria a baixa temperatura. Tem uma mulher que fica batendo em umas pedras como se fosse um piano, tocando “por elise”. Essas pedras são chamadas de TASTIL. Pedras sonoras.

De volta ao carro depois de 20 minutos, fomos em direção a S. A. DE LOS COBRES. No caminho ultrapassamos os 3.600 metros. Um frio, mas o céu estava muito azul. Cada parada para foto era um tormento. Não deveria ter ido de bermuda. A Mariana ficava escondida dentro do carro.

Chegando em S. A. DE LOS COBRES percebi que, o que valeu mesmo, mais uma vez, foi o caminho até chegar lá pois a cidade não tem nada. É uma cidade baseada na exploração das minas de cobre e acredito que a população está relacionada a isso.

Ficamos lá uns 5 minutos só para comprar água. Falando em água, é muito importante beber água a todo instante. Mesmo sem vontade tem que beber água.

De volta a estrada fomos em direção a SALINAS. No início asfalto, mas logo em seguida, ripio, ripio e mais ripio. Valeu pelas LHAMAS na pista, vários burritos e bicuinas (em extinção – uma espécie de LHAMA só que 5 estrelas).

Nessa estrada, apesar do meu pai achar que não, um GPS é muito fundamental se você não possuir um guia, pois as estradas são quase apagadas e às vezes elas se cruzam. As placas são raras. É mais fácil achar uma LHAMA que uma placa. Só para lembrar, muito deserto, mas tem gente morando lá e mais uma vez os cemitérios são cheios.

No meio da estrada tem uma bifurcação com uma placa apontando para a direita – RESTAURANTE. Felizmente pegamos essa direção pois a outra vai dar em nada segundo o nosso guia, ou melhor, é muito mais distante para chegar a SALINAS.

Paramos nesse restaurante e que surpresa agradável, pois ali também funcionava um museu simples e você poderia interagir com os locais. Eles mostravam suas criações, plantações e etc... Isso que é viajar !!! Por sugestão do meu pai, levei vários pirulitos para distribuir para as crianças. Não é que funcionou!!! Imagina se eu tivesse levado brinquedos?

A comida estava ótima. Ali que almoçamos.

SALINAS é longe e totalmente isolado. De longe você vê, mas até chegar demora. Ao chegar você já nota que os óculos escuros são a peça mais importante do dia. Tudo é branco e salgado. Falo isso, pois lambi o chão. Um deserto plano e branco de sal.

Saindo de SALINAS subimos, subimos e chegamos aos 4.170 metros para, após os meus ouvidos explodirem, descer, descer e chegar ao povoado de PURMAMARCA. Muito legal e colorido. Excelente lugar para fazer compras de artesanatos. Deveria ter me segurado e comprado tudo aqui.

De lá, fomos direto para SALTA. Já estávamos cansados e a cidade não chegava. Foram os 140 Kms mais longos que tivemos. Estamos muito cansados. Acho melhor segurar um pouco a onda senão vai ser fogo chegar ao final.

Temos que comer melhor para agüentar o tranco.

Eu e a Mariana chegamos a conclusão de que, por enquanto, nada supera a estrada que vai de SALTA à CAFAYATE e a estrada inicial de CAFAYATE à CACHI, ou seja, esse passeio de hoje poderia ter sido abortado, porém deixaríamos de conhecer novos amigos, ver LHAMAS, chegar ao topo do céu e fazer umas comprinhas, portanto, valeu a pena se esforçar.

Finalizando eu gostaria de retificar o que disse sobre MOLINOS. Depois de ter conversado com guia Marcelo, este me certificou que existe um ótimo hotel em frente a praça da cidade. Portanto, acho que nós nos enganamos.

Amanhã tem mais...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

QUINTO DIA - DIA 19/09






Hoje foi light, apesar de termos acordado as 6:00 hs num frio de – 3º. C, numa altitude de 2800 m. Não tinha água quente e não conseguimos tomar banho. Eu não me importei. Essa CASA ROSADA nos deixou na mão.

Outra coisa foi que devido a altitude eu dormi muito mal, pois minha garganta e o meu nariz ficaram secos durante a noite. A Mariana apagou.

O objetivo de hoje era tentar, por um outro caminho, retornar de CACHI à SALTA. Diziam que esse caminho era lindo e mais uma vez não estavam enganados. Quem consegue cruzar os enormes desfiladeiros e as estradas de ripio são gratificados por paisagens exuberantes.

Chegamos num momento a 3.600 metros. Meus ouvidos explodiram. A RETA de TIN TIN é uma reta e tanto.

Sei que vocês devem estar cansados de me ouvir dizer: “eram lugares magníficos.”, mas eu não sei o que dizer pois os lugares são imponentes e te inibe. Aquilo ali não é lugar para pessoas que gostam da DISNEY. Esses lugares aqui não tem brinquedos com segurança, cintos de proteção e etc... aqui, se errar já era. Se der uma pane no carro, já era... não sei se voltaríamos a nos ver pois as chances são pequenas.

Chegamos em SALTA tranqüilos e com fome. Mais carne mais uma vez. Os cardápios tem várias coisas mas no final acabamos caindo nas carnes.

Fomos ao teleférico ver a cidade do alto e achei até legal mas fica difícil achar maravilhoso quando temos um Pão de Açúcar mas o local era simpático.

Voltamos para o hotel e nós demos a primeira relaxada. Como é bom ficar sem fazer nada, melhor ainda é sair depois e fazer compras de artesanatos.

Comprei um chapéu e um poncho. Doidera.

Amanhã acordamos as 6:00 hs pois vamos à lugares “magníficos”.